Émile
Durkheim
Durkheim
viveu numa época de grandes conflitos sociais entre a classe dos empresários e
a classe dos trabalhadores. É também uma época em que surgem novos problemas
sociais como favelas, suicídios, poluição, desemprego etc. No entanto, o crescente
desenvolvimento da indústria e tecnologia fez com que Durkheim tivesse uma
visão otimista sobre o futuro cio capitalismo. Ele pensava que todo o progresso
desencadeado pelo capitalismo traria um aumento generalizado da divisão do
trabalho social e, por conseqüência, da solidariedade orgânica, a ponto
do fazer com que a sociedade chegasse a um estágio sem conflitos e
problemas-sociais.
Com
isso, Durkheim admitia que o capitalismo é a sociedade perfeita; trata-se
apenas de conhecer os seus problemas e de buscar uma solução cientifica para
eles. Em outras palavras, a sociedade é boa, sendo necessário, apenas,
"curar as suas doenças".
Tal
forma de pensar o progresso de um jeito positivo fez com que Durkheim
concluísse que os problemas sociais entre empresários e trabalhadores não se
resolveriam dentro de uma LUTA POLÍTICA, e, sim, através da CIENCIA, ou melhor,
da SOCIOLOGIA. Esta seria, então, a tarefa da SOCIOLOGIA: compreender o
funcionamento da sociedade capitalista de modo objetivo para observar, compreender
e classificar as leis sociais, descobrir as que são falhas e corrigi-las por
outras mais eficientes.
E
como está estruturada esta sociedade segundo Durkheim ?
A
estrutura da sociedade é formada pelas esferas política, econômica e
ideológica. Estas esferas formam a estrutura social responsável pela
consolidação do Capitalismo.
Ao
refletir sobre a sociedade, Durkheim começou a elaborar algumas questões que
orientaram seu trabalho:
- O que faz uma
sociedade ser sociedade ?
- Qual é a relação entre
o indivíduo e a sociedade ?
- Como os indivíduos
transformam o social ?
- O social é a superação
do individual. Em que momento os indivíduos constituem uma
sociedade ?
Uma
outra preocupação de Durkheim, assim como outros pensadores, era a formação de
uma ciência social desvinculada das Ciências Naturais. Além disso na emergência
do proletariado, era preciso encontrar formas de controle de tal forma que
o indivíduo se integre à ordem. Este princípio será aplicado na educação.
A
contribuição de Durkheim foi de importância fundamental para que a Sociologia
adquirisse o status de ciência, pois ele estuda a sociedade e separa os
fenômenos sociais da Psicologia, construindo um Objeto e um Método.
Na
obra ‘As regras do Método Sociológico’ publicada em 1895, definiu o método a
ser usado pela Sociologia e as definições e parâmetros para a Sociologia
tornar-se uma ciência, separada da Psicologia e Filosofia. Ele formulou o tipo
de acontecimentos sobre os quais o sociólogo deveria se debruçar : os fatos
sociais. Estes constituiriam o objeto da Sociologia.
Método
Sociológico de Émile Durkheim
1º
Regra do Método :
tratar o FATO SOCIAL como Coisa.
Para
Émile Durkheim, fatos sociais são maneiras de agir, pensar e sentir
exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder coercitivo e compartilhadas
coletivamente. Variam de cultura para cultura e tem como base a moral social,
estabelecendo um conjunto de regras e determinando o que é certo ou
errado, permitido ou proibido. Não podem ser confundidos com os fenômenos
orgânicos nem com os psíquicos, constituem uma espécie nova de fatos.
Trés
são as características que Durkheim distingue nos Fatos Sociais :
- é geral – se repete em
todos os indivíduos. Tem natureza coletiva.
- é exterior - independe
da vontade ou adesão consciente do indivíduo. Ex : leis
- é coercitivo2
- se impõe sobre o indivíduo.
Os
fatos sociais deveriam ser encarados como coisas, isto é, objetos que, lhe
sendo exteriores, poderiam ser medidos, observados e comparados
independentemente do que os indivíduos pensassem ou declarassem a seu respeito.
Para
se apoderar dos fatos sociais, o cientista deve identificar, dentre os
acontecimentos gerais e repetitivos, aqueles que apresentam características
exteriores comuns.
Por
que considerar o Fato Social como coisa ?
Para
afastar os pré-conceitos, as pré-noções e o individualismo ou seja, seus
valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado.
Como
se reconhece um fato social?
Pelo
poder de coerção que exerce ou que pode exercer sobre os indivíduos,
identificado pelas sanções ou resistências a alguma atitude individual
contrária e quando é exterior a ele. Ex: se um aluno chega no colégio de roupa
de praia, ele estará em desacordo com a regra e sofrerá sanção por isso, seja
voltar para casa ou uma advertência por escrito.
O
social é o entre nós. Onde se dá a interação, troca.
As
transformações que se produzem no meio social, sejam quais forem as causas
repercutem em todas as direções do organismo social e não podem deixar de
afetar mais ou menos, todas as suas funções.
Durkheim
não aceita a idéia que diz ser o social formado de processos psíquicos.
Durkheim afirma que o social não pertence a nenhum indivíduo mas ao grupo que
sofre pressões e sansões sendo obrigado a aceitá-lo.
Partindo
do princípio de que o objetivo máximo da vida social é promover a harmonia da
sociedade consigo mesma e com as demais sociedades, e que essa harmonia é
conseguida através do consenso social, a ‘saúde’ do organismo social se
confunde com a generalidade dos acontecimentos e com a função
destes na preservação dessa harmonia, desse acordo coletivo que se expressa sob
a forma de sanções sociais.
Quando
um fato põe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e, portanto, a adaptação
e evolução da sociedade, estamos diante de um acontecimento de caráter mórbido
e de uma sociedade doente.
Portanto,
normal é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais
gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas
aceitas pela maior parte da população. Patológico é aquele que se encontra fora
dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente.
EmAs
regras do método sociológico, escrito em 1894, Durkheim coloca que:
1º)
Devemos afastar sistematicamente todas as idéias pré-concebidas ou prenoções
ao se estudar um fato social:
- Idéia é a representação mental de alguém ou coisa concreta ou
abstrata.
- Pré-conceber significa antecipar uma idéia, sem saber ao certo o que
é. Ex: naquela escola, dizem, o ensino é fraco; escola pública é sinônimo
de má qualidade no ensino; todo político é corrupto, acho que Roberto
gosta de vinho suave.
2º)
Os fatos sociais devem ser explorados de acordo com os seus aspectos gerais
e comuns, evitando suas manifestações individuais. Ex: Aspectos gerais
da dengue: A dengue é uma doença febril aguda, causada por vírus, de evolução
benigna, na forma clássica, e, grave, quando se apresenta na forma hemorrágica.
A manifestação individual da dengue varia de pessoa para pessoa. Uma
pessoa pode ter dengue hemorrágica enquanto outra pode ter dengue simples.
3º)
Para explicar um fenômeno social devemos separar dois estudos: o da sua causa
e o da sua função. Ex: qual a função do professor na escola? Qual é
a causa do desinteresse do aluno pelo conteúdo oferecido na escola?
4º)
A pesquisa da causa que determina o fato social deve ser feita entre os fatos
sociais anteriores e nunca entre os estados de consciência individual.
Ex:
em dada comunidade, há histórico de violência doméstica. Os relatos anteriores
e atuais, determinaram ser a violência doméstica um fato social naquela
comunidade e não somente um caso isolado ou individual.
5º)
Devemos buscar a origem primeira de todo processo social
de alguma importância na constituição do meio social interno.
Meio
social interno
é a família, grupo da escola, o ambiente em que a pessoa se desenvolve. A
interação entre a pessoa e o meio ambiente representa a dinâmica da vida. É um
processo de ação e reação a estímulos positivos ou não e que serão responsáveis
pelo despertar ou bloqueio das potencialidades da pessoa.
Processo
social é qualquer
mudança ou interação social em que é possível destacar uma qualidade ou direção
contínua ou constante. Produz aproximação ( cooperação, acomodação, assimilação
) ou afastamento ( competição, conflito ).
O
Todo se manifesta numa parte. O Todo é mais do que a soma das partes,
porque
a consciência coletiva passa pela individualidade mas vai além desta
individualidade.
Em
seu livro ‘Da divisão do trabalho social’ de 1893, Durkheim reconhecia a
existência de duas consciências. Segundo ele :
"...em
cada uma de nossas consciências há duas consciências: uma, que é conhecida por
todo o nosso grupo e que, por isso, não se confunde com a nossa, mas sim com a
sociedade que vive e atua em nós; a outra, que reflete somente o que temos de
pessoal e de distinto, e que faz de nós um indivíduo. Há aqui duas forças
contrárias, uma centrípeta e outra centrífuga, que não podem crescer ao mesmo
tempo".
Para
Durkheim, o social é modelado pela Consciência Coletiva3, que
é uma realidade social resultante do contato social. Essa consciência difere da
consciência individual4, pertencendo a todos enquanto
integrados e a nenhum em particular. Os fenômenos sociais refletem a estrutura
do grupo social que os produz (idéia da Sociologia Moderna).
Se
a sociedade é o corpo, o Estado é o seu cérebro e por isso tem a função de
organizar essa sociedade, reelaborando aspectos da consciência coletiva.
Vimos
que a sociedade capitalista esta cheia de problemas.
Durkheim
admitia que o Estado é uma instituição que tem o dever do elaborar leis que
corrijam os casos patológicos da sociedade.
Em
resumo: Se cabe a Sociologia observar, entender e classificar os casos
patológicos, procurando criar uma nova moral social, cabe ao Estado colocar em
pratica os princípios dessa nova moral.
Neste
contexto, a Sociologia e o Estado complementam-se na organização da sociedade
para, na prática, evitarem os problemas sociais. Isso levou Durkheim a
acreditar que os sociólogos devessem ter uma participação direta dentro do
Estado.
Para
Durkheim, a Sociologia deveria ter ainda por objetivo comparar as diversas
sociedades. Constituiu assim o campo da morfologia social ou seja, a
classificação das espécies sociais.
Morfologia Social – As Espécies Sociais
Þ Morfologia: estudo das formas
Þ Morfologia social: estudo das estruturas
ou das formas de vida social; para Durkheim: classificação das “espécies”
sociais (inspiração na biologia)
¨Evolução das sociedades
· Ponto de partida: a horda (agrupamento
social primitivo, em que todos os membros usufruíam de condições iguais)
· Evolução: combinações várias, de que
resultaram outras “espécies” sociais, identificáveis no passado e no presente
(clãs, tribos, castas etc)
· Trabalho científico de classificação das
sociedades:
- procedimento:
observação experimental
- resultado:
“descoberta” de que o motor de transformação de toda e qualquer sociedade
seria a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade
orgânica
Obs.
No conceito
durkheimiano, o termo solidariedade não tem os significados
usuais
de fraternidade, ajuda, assistência, filantropia e outros.
Solidariedade→ o que liga as pessoas
Basta
uma rápida observação do contexto histórico do século XIX, para se perceber que
as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito
questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente
vivendo em condições miseráveis, desempregados, doentes e marginalizados.
Ora,
numa sociedade integrada essa gente não podia ser ignorada, de uma forma ou de
outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer as consequências.
Durkheim
acreditava que a sociedade, funcionando através de leis e regras já
determinadas, faria com que os problemas sociaisnão tivessem sua origem
na economia ( forma pela qual as pessoas trabalham ), mas sim numa crise
moral, Isto é, num estado social em que várias regras de conduta
não estão funcionando. Por exemplo: se a criminalidade aumenta a cada dia é
porque as leis que regulamentam o combate ao crime estão falhando, por serem
mal formuladas. A este estado de crise social onde as leis não estão
funcionando, Durkheim denomina patologia social. Por outro lado,
os problemas sociais podem ter sua origem também na ausência de regras,
o que por sua vez se caracterizaria como anomia.
Frente
a patologia social ( regras sociais falhas ), cabe à Sociologia captar suas
causas, procurando evitar a anomia ( crise total ), através da criação de uma nova
moral social que supere a velha moral deficiente.
Na
tentativa de “curar” a sociedade da anomia, Durkheim escreve em seu livro “Da
divisão do trabalho social”, sobre a necessidade de se estabelecer uma
solidariedade orgânica entre os membros da sociedade. A solução estaria em,
seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde cada orgão tem uma função e
depende dos outros para sobreviver, cada membro da sociedade exercer uma função
na divisão do trabalho.
Cada
indivíduo ou cidadão será obrigado, através de um sistema de direitos e
deveres, e também sentirá a necessidade, de se manter coeso e solidário aos
outros. O importante para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um
todo, que realmente precise da sociedade de forma orgânica, interiorizada e não
meramente mecânica.
Durkheim
através do estudo da solidariedade – apoiando-se em Heráclito ( Grécia
em Éfeso na Jônia, 540 a.C. - 470 a.C. ) e Aristóteles ( Grécia em
Estagira, 384–322 a.C.) – vai dizer que há sempre um processo em direção ao consenso
– onde não há conflto.
Durkheim
se preocupa com a função do direito e como é trabalhado o consenso e a
solidariedade.
Quando
a consciência coletiva é abalada, a punição deve ser aplicada. O indivíduo deve
seguir a consciência coletiva, as regras.
Nas
sociedades simples, os indivíduos são a extensão do coletivo, da coletividade.
A consciência individual se dilui, se perde na coletividade. E isso se dá
naturalmente.
Nas
sociedades complexas, o consenso se dá através do contrato, da contratualidade
e tem a ver com a especialização.
A
solidariedade neutraliza uma possível barbárie na civilização.
Como
resultado da divisão do trabalho social a sociedade obtém:
1)
aumento da força produtiva2) aumento da habilidade do trabalho3) permite o
rápido desenvolvimento intelectual e material das sociedades4) integra e
estrutura a sociedade mantendo a coesão social e tornando seus membros
interdependentes5) traz equilíbrio, harmonia e ordem devido a necessidade de
união pela semelhança e pela diversidade6) provoca a solidariedade social
Durkheim
mostra em seu livro que :
- a solidariedade é o
fundamento da civilização, pois ela interliga as pessoas ;
- o trabalho não existe
sem solidariedade ;
- solidariedade
significa função, união, independente de ser boa ou má ;
- existem dois tipos de
solidariedade : mecânica e orgânica.
Da
Solidariedade mecânica à solidariedade orgânica
Solidariedade
Mecânica :
é a solidariedade por semelhança.
Predominante
nas sociedades pré-capitalistas ( primitivas, antigas, asiáticas,
feudais ):
- influência marcante do
peso coercitivo da consciência coletiva, que moldava os
indivíduos através da família, da religião, da tradição e dos costumes;
- maior independência e
autonomia individual em relação à divisão do trabalho social
Os
membros da sociedade em que domina a Solidariedade Mecânica estão unidos por
laços de parentesco.
O
meio natural e necessário a essa sociedade é o meio natal, onde o
lugar de cada um é estabelecido pela consangüinidade e a estrutura dessa
sociedade é simples.
O
indivíduo, nessa sociedade, é socializado porque, não tendo individualidade
própria, se confunde com seus semelhantes no seio de um mesmo tipo coletivo.
Na
solidariedade mecânica, o direito é repressivo ( Penal ). Crime é tudo aquilo
que diz respeito a consciência coletiva, ao consenso. O crime é, o rompimento
de uma solidariedade social. Todo ato criminoso é criminoso porque fere a
consciência comum, que determina as formas de solidariedade necessárias ao
grupo social.
Não
reprovamos uma coisa porque é crime, mas sim é crime porque a reprovamos. A
solidariedade social representada pelo Direito Penal é a mais elementar,
espontânea e forte.
Solidariedade
Orgânica :
é a solidariedade por desemelhança.
Típica
das sociedades capitalistas:
-
grande interdependência entre os indivíduos, como resultado da acelerada
divisão do trabalho. Essa interdependência é o principal elo de união social,
ao invés das tradições, dos costumes e dos laços sociais mais estreitos ®
tendência a uma maior autonomia individual, pela especialização de
atividades
- influência menor da consciência
coletiva, portanto.
É
fruto das diferenças sociais, já que são essas diferenças que unem os
indivíduos pela necessidade de troca de serviços e pela sua interdependência.
Os membros da sociedade onde predomina a Solidariedade Orgânica estão unidos em
virtude da divisão do trabalho social.
O
meio natural e necessário a essa sociedade é o meio profissional,
onde o lugar de cada um é estabelecido pela função que desempenha e a estrutura
dessa sociedade é complexa. O indivíduo, nessa sociedade é socializado porque,
embora tenha sua individualidade profissional, depende dos demais e por
conseguinte, da sociedade resultante dessa união.
Na
solidariedade orgânica, o direito é restitutivo, cooperativo. O Direito
Restitutivo cooperativo é preventivo. Evita, previne a repressão, a dor. O contrato
é uma forma de prevenir que a transgressão seja muito grande. Quanto mais
civilizada for uma sociedade, maior o número de contratos dele, que servirá
para prevenir desobediências.
Os
costumes são a fonte do direito, mas tudo aquilo que é mais importante
para a consicência coletiva, torna-se direito, regra.
Podemos
tornar estes conceitos mais fáceis de serem entendidos a partir de um exemplo:
imaginemos um professor que necessite formar grupos para desenvolver o tema da
aula. O professor pode querer a formação dos grupos a partir de dois critérios:
ele pode pedir nos alunos que formem grupos livremente, a partir da amizade existente
entre eles. Uma segunda opção é pedir aos alunos para formarem grupos de forma
que em cada um dos grupos fique uma pessoa que saiba datilografia, uma outra
que saiba desenhar, outra que tenha experiência de redação, e, por fim, uma que
domine bem o conteúdo das aulas que seja o coordenador do grupo.
No
primeiro caso, o que uniu os alunos no grupo foi um sentimento, a amizade,
de onde teríamos a solidariedade mecânica. No segundo caso, o que uniu
os alunos em grupo foi a dependência que cada um tinha da atividade do outro: a
união foi dada pela especialização das funções, de onde teríamos a solidariedade
orgânica.
Durkheim
admite que a solidariedade orgânica é superior à mecânica, pois ao se
especializarem as funções, a individualidade de certo modo, é ressaltada, permitindo maior
liberdade de ação.
No
grupo formado por amigos, pode acontecer que um elemento discorde muito das
opiniões de outro; este fato pode trazer um conflito que põe em risco a
existência do grupo. Nesse caso, os elementos devem agir do acordo com as
idéias comuns do grupo, e não a partir das suas próprias idéias. Já no grupo
onde a união dá-se pela atividade especializada, a individualidade é
ressaltada, pois, dentro da sua atividade, cada um age como bem entende, e aí a
divergência de opiniões não põe em causa a existência do grupo.
2
Coerção : repressão, restrição de direitos, que limita a liberdade
de agir individual. Ex : a regra da escola é usar uniforme composto de
blusa com logotipo do colégio, calça jeans azul e tênis.
3
consciência coletiva : conjunto das maneiras de agir, pensar e
agir, característica de determinado grupo ou sociedade. Impõe-se à consciência
individual. É a forma moral vigente na sociedade. Ela aparece como regras
estabelecidas que delimitam o valor atribuído aos atos individuais. Ela define
o que, numa sociedade, é considerado ‘imoral’, ‘reprovável’ ou ‘criminoso’. A
punição é o meio de voltar a consciência coletiva.
4
consciência Individual : traços de caráter ou temperamento e
acúmulo de experiências pesoais que permite relativa autonomia no uso e
adaptação das maneiras de agir, pensar e sentir.
5
Valores : níveis de preferência estabelecidos pelo ser humano para
objetos, conhecimentos, comportamentos ou sentimentos, tenham eles origem
individual ou coletiva. Mas todos eles geram algum tipo de conduta, isto é,
servem de referência para a ação. É o valor moral, ético. Os valores sociais
são aqueles gerados por um grupo e que contribuem para sua manutenção. Durkheim
atribuiu aos valores a caracteristica de coerção social, ou seja, o poder de
induzir pessoas a um determinado comportamento.
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