Helio Ventura

Helio Ventura
Helio Ventura, Cientista Social e Músico

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Apostilia 2º Ano 3º B CIEP 201


Sociologia – 2º ano do ensino médio
Professor: Helio Ventura
1 – Visão filosófica do trabalho:
·         Pelo trabalho o homem transforma a natureza. Sua ação é intencional, dirigida por um projeto político (antecipação da ação pelo pensamento). O projeto orienta a ação e esta altera o projeto, que de novo altera a ação, fazendo com que haja mudança dos procedimentos empregados, o que gera o processo histórico.
·         O homem faz uso da linguagem, comunicando-se com o outro e tornando presente no pensamento o que está ausente.
·         O trabalho é atividade coletiva.
·         Além de transformar a natureza, o trabalho transforma o próprio homem. Ou seja, pelo trabalho o homem se auto-produz. O trabalho altera a visão que o homem tem do mundo e de si mesmo.
2 – Visão histórica do trabalho:
·         A etmologia da palavra trabalho vem do vocábulo latino tripaliari, do substantivo tripalium, um aparelho de tortura. Daí a associação do trabalho com tortura, sofrimento, pena, labuta.
·         Na Antigüidade grega, todo manual era desvalorizado por ser feito por escravos.
·         Na Idade Medieval consideravam a ars mechanica (arte mecânica) uma ars inferior.
·         Na Idade Moderna a situação começou a mudar com a ascensão dos burgueses, que tinham origem fora da nobreza e que, portanto, tinham outra concepção a respeito do trabalho. A burguesia busca novos mercados e há a necessidade de estimular as navegações.
A história do trabalho é tão antiga quanto à do homem. Em muitos momentos elas se confundem. Mas, por incrível que pareça, nem sempre trabalho foi sinônimo de tortura como a etimologia da palavra demonstra. O termo deriva do latim, tripalium, instrumento de tortura, derivando do adjetivo tripális, que significa sustentado por três estacas ou mourões. O termo tripaliare, influenciou vários idiomas, entre eles o português trabalhar, o francês travailler, o espanhol trabajar e o italiano traballare. Mas quando exatamente o trabalho deixou de ser algo simples e encantador para se tornar sinônimo de sacrifício? E para onde está indo essa atividade que ocupa mais de um terço de nossas vidas?
Podemos conceituar trabalho como o método pelo qual se produz bens e serviços. O trabalho está bastante presente em nossa sociedade, sendo um elemento de troca. O conceito de trabalho é importante para designar justamente, a necessidade do homem em ter um convívio social, visto que ninguém pode produzir sozinho todos os bens ou serviços que necessita, fazendo necessário haver trocas desses bens e serviços com outros indivíduos.
O conceito de trabalho é generalizado, não se restringindo ao tipo de trabalho realizado. Assim, em uma fábrica, por exemplo, as atividades do presidente e do funcionário com menor posição hierárquica são consideradas igualmente como trabalhos, visto que resultam em bens e serviços.
O que diferencia um trabalho é o tipo das atividades realizadas. Não existe nenhum trabalho exclusivamente manual ou exclusivamente intelectual, mas sim, uma combinação entre as atividades manuais e intelectuais. Assim, podemos dizer que a atividade de um cientista é predominantemente intelectual, porém também existem algumas atividades manuais em seu trabalho. Da mesma forma, no caso de operário de construção civil, o trabalho é predominantemente manual, porém existem certas atividades intelectuais envolvendo seu trabalho.
O trabalho ainda pode ser classificado segundo o grau de capacitação exigido dos profissionais. O trabalho qualificado é aquele que só é feito mediante certo grau de aprendizagem e conhecimento, exemplo: trabalho de um médico. Já o trabalho não qualificado se trata daquele onde não é necessário possuir um grau de instrução, visto que as atividades podem ser desenvolvidas por imitações ou simples instruções, exemplo: trabalho de um servente de pedreiro.
É mesmo difícil de imaginar, mas já houve um tempo em que não precisávamos trabalhar para viver. Naquela época, nossa comida era banana e nossa casa um galho. E vivíamos felizes! Tudo o que necessitávamos estava ali, ao alcance das nossas mãos. Vida simples, pouco stress. Passávamos o tempo comendo, brincando, namorando e descansando. Um verdadeiro paraíso. Daí, a Mãe Natureza nos “deu um gelo” e tivemos que abandonar o nosso jardim do Éden à procura de alimento e abrigo. Jogados ao mundo, inexperientes e indefesos, enfrentamos não apenas a fome, mas também alguns predadores famintos. A situação apertou muito para o nosso lado até percebermos que tínhamos um diferencial competitivo: mãos! Graças a elas, conseguimos criar alguns artifícios capazes de garantir a nossa sobrevivência. Foi o início da Era “gente que faz”, pois para ter alimento e proteção, precisávamos fazer alguma coisa. A fórmula era, simplesmente, fazer = ter. E nós realmente fizemos. Plantamos, industrializamos, informatizamos e globalizamos. De uma espécie em risco de extinção com menos de dois milhões de seres, crescemos para mais de seis bilhões sobre a face da Terra.
É nesse processo de agricultura, industrialização e informatização que vamos nos aprofundar neste texto para saber para onde estamos caminhando.

O ser humano teve muita dificuldade em se adaptar à Era do Gelo

O trabalho de caça e coleta
Após a era glacial há cerca de 150 mil anos, que secou nosso habitat natural, que eram as árvores, caímos num mundo novo e totalmente desconhecido, o chão. Nas árvores sabíamos nos virar e sobreviver, na terra não conseguíamos ser mais velozes que um rato ou uma galinha, não tínhamos olfato apurado e nem uma boa visão noturna para fugir dos predadores. O trabalho desse período era manter-se vivo. Preservar a espécie era o melhor que poderíamos fazer, o homem trabalhava apenas para ele mesmo. Precisamos de alguns milhares de anos de alimentação de insetos para nos darmos conta de que com as mãos, poderíamos agarrar um pedaço de pau e caçar bichos maiores e mais saborosos. Nesse momento o homem deixa de lado a coleta para passar à caça. Caçar exige muito mais esforço, planejamento e dedicação. O homem caçador tornou-se, desde aquela época, escravo de seu trabalho. Somente quando trabalhava bem conseguia alimentar-se e dar de comer à sua prole. O trabalho passou a ser uma obrigação que deveria ser feita todos os dias, afinal não sabíamos se a caça daria certo naquele dia ou não. Ao contrário dessa era, no tempo em que vivíamos nas árvores o labor era algo que se fazia apenas quando necessário.

Agricultura
Há mais de 12 mil anos, na pré-história do período neolítico, surgiu a agricultura, baseada em duas observações:
1. Notamos que ao colocar alguns grãos na terra, esses seriam semeados, cresceriam e dariam origem a muitos outros na planta que nascia. Isso permitiu que nossa maior riqueza na época, o alimento, se multiplicasse.
2. Constatamos que em alguns períodos era mais difícil caçar. Concluímos por tanto, que se colhêssemos sementes conseguiríamos armazenar o alimento por muito mais tempo o que nos manteria vivos em épocas de “vacas magras”.
A agricultura possibilitou ao homem se estabelecer em uma região (ser sedentário), não precisando mais correr atrás da presa e se deslocar por territórios desabitados (ser nômade). Com mais permanência no mesmo lugar geramos riquezas e melhoramos por conseqüência nosso padrão de vida. No entanto, acabamos por desnaturalizar o ambiente, desmatando a vegetação nativa para implantar a monocultura de poucas plantas. Buscamos sempre maior quantidade com menor variedade. Posteriormente passamos a utilizar pesticidas e outros elementos químicos, causando um grande impacto no solo, na água, na fauna e na flora das regiões exploradas.
A agricultura, diferente da caça, era exercida por homens e mulheres.

O escambo e o comércio
Até esse momento da história o trabalho tinha um único propósito: sobrevivência. Caso ele nos proporcionasse subsistência estava cumprido seu papel. Surge timidamente o comércio, que se inicia pelo processo de troca direta. Na verdade o ser humano sempre usou o câmbio de produtos quando tinha uma necessidade imediata. Com o passar do tempo, o comércio se organizou e se consolidou. Concentrava-se principalmente em cidades que eram pontos de passagem de peregrinações religiosas. Ele foi a primeira manifestação institucionalizada de vontades mais elaboradas. Há cerca de 3000 anos, o homem começou a não se contentar apenas em alimentar-se ele desejava sabores diferentes e sensações inéditas.
Surgem nessa época os artesãos, que introjetaram na sociedade a troca do trabalho pela auto-estima ou pela utilidade de seus produtos. Os seus afazeres eram realizados em oficinas construídas nas casas dos próprios artesãos, utilizando poucas ferramentas, energia humana, animal e hidráulica, para criar um produto único e não padronizado. Um artesão conseguia realizar todo o trabalho sozinho, às vezes se aliava a um grupo para dividir as etapas do processo da produção. Esse processo se chamava manufatura, pois não havia o uso de máquinas. Com cada vez mais produção, as trocas começaram a ficar mais elaboradas , gerando a necessidade de criar uma moeda. Esse é outro momento muito marcante na história do labor. Até então, nenhum trabalho tinha um valor determinado. Era algo subjetivo, todas as realizações valiam o preço da subsistência ou da necessidade de outros. A partir da moeda, o trabalho começou a ter diferentes valores. Iniciou-se também a especialização, por mais rude que ainda pudesse ser.

Modos de produção pré-capitalistas
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade.
Modo de produção = forças produtivas + relações de produção
Portanto, o conceito de modo de produção resume claramente o fato de as relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade.
Os modos de produção são elementos que marcaram toda a história. Podemos afirmar que na vida em sociedade, sempre há algum tipo de modo de produção. Embora o capitalismo tenha surgido e se consolidado como o sistema produtivo mais importante da história, houve muitos outros modos de produção pré-capitalistas. É importante ressaltar que nenhum modo de produção é único, ou seja, numa sociedade feudal, por exemplo, também pode haver trabalho escravo.

Modo de produção comunal primitivo
É considerado o primeiro modo de produção da história. Se iniciou a partir da época em que o homem deixou de ser nômade e passou a plantar e caçar. Tal modo se baseia no uso coletivo dos meios de produção, nas relações familiares e no cooperativismo, semelhantemente ao que ocorre em muitas aldeias indígenas. Assim, no modo de produção comunal primitivo, não havia propriedade privada, uma vez que todos os bens e modos de produção eram coletivos.
O modo de produção comunal primitivo designa uma formação econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo juntos mal ultrapassa cinco milênios.
Na comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a idéia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não proprietários.
As relações de produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar.
Também não existia o estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O estado surgiu como instrumento de organização social e de dominação.

Modo de produção escravista
Diferentemente do comunal primitivo, o modo de produção escravista foi o primeiro a estabelecer o conceito de propriedade privada. Os senhores, a minoria, eram proprietários dos escravos. As relações aqui não são de cooperação, como no modo comunal primário, mas sim, de domínio e sujeição, uma vez que os escravos eram vistos como instrumentos, como objetos, animais, etc.
Outro importante fato referente a esse sistema é que foi a partir dele – e do surgimento da propriedade privada – que surgiu a necessidade de se criar um órgão para garantir o bem-estar, a justiça, a ordem e a manutenção dos direitos dos proprietários de terras: o Estado.
Na sociedade escravista os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta.
Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição: senhores x escravos. Um pequeno número de senhores explorava a massa de escravos, que não tinham nenhum direito.
Os senhores eram proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto de trabalho.

Modo de produção asiático
Presente principalmente nas civilizações da antiguidade, como Egito e Mesopotâmia, bem como na China e na Índia. Foi marcado pela existência de um Estado forte que apresentava mecanismos burocráticos e eficientes com o fim de submeter toda a sociedade ao seu poder. Todos os bens e meios de produção eram pertencentes ao Estado, sendo este encarnado pelo rei, imperador, etc.
A agricultura, base da economia desses Estados, era praticada por comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam submetidos a um regime de trabalho compulsório. Na verdade, esses camponeses (ou aldeões) tinham acesso à coletividade das terras de sua comunidade, ou seja, pelo fato de pertencerem a tal comunidade, eles tinham o direito e o dever de cultivar as terras desta.
Fatores que determinaram o fim do modo de produção asiático:
·         A propriedade de terra pelos nobres;
·         O alto custo de manutenção dos setores improdutivos;
·         A rebelião dos servos e escravos.

Modo de produção feudal
Predominante na Europa ocidental entre os séculos V e XVI, foi marcado pelas relações entre senhores e servos. Os senhores eram os donos da terra e do trabalho agrícola do servo, contudo, os servos não eram vistos apenas como objetos, como no modo escravista. O servo tinha o direito de cultivar um pedaço de terra cedido pelo senhor e viver ali com sua família. Em troca, ele pagava impostos, rendas, além de trabalhar para o senhor. Os senhores feudais tinham certa independência em relação ao sistema político presente, visto que possuíam seus próprios exércitos.
A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles apenas os serviam em troca de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles mesmos.
Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal.Já começava a aparecer às relações capitalistas de produção.


Modo de produção capitalista
O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.
Grandes mudanças começaram a ocorrer em toda a Europa independentemente da vontade daqueles que detinham o poder e a riqueza, a partir do século XV, o comércio já era a principal atividade econômica na Europa, nesse período, o capitalismo (mercantil ou comercial) estruturava-se definitivamente a partir da necessidade e do interesse dos países europeus ou algumas cidades européias em aumentar seu mercado para além dos limites nacionais e continentais. Essas mudanças ocorreram de forma gradativa, imperceptíveis para aqueles que viviam naquela época. Começaram a surgir novos grupos sociais: comerciantes, artesãos e camponeses livres, algo impossível durante o período feudal, pois a dificuldade de mobilidade social era fato.
A partir daí, ocorreu a decadência do feudalismo; a servidão da gleba (obrigações feudais dos servos) foi substituída pelo trabalho assalariado, e a primazia dos senhores feudais coube então à burguesia mercantil e ao rei. A ampliação do comércio internacional consolidou o sistema capitalista dentro de uma sociedade de classes, na qual, de um lado, surgia e se fortalecia uma burguesia mercantil que, em aliança com os reis, detinha o poder e a riqueza (capital), e, de outro lado, o proletariado que, separado do capital e de seus meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em troca de salário.
Foram dois séculos de amadurecimento até a Revolução Industrial (1750). As inovações técnicas aliadas às riquezas provenientes das áreas colonizadas acabaram por promover um acúmulo de capital e uma crescente expansão da economia. O capitalismo se tornou o modo de produção dominante a partir da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra.
Surgiu, assim, a necessidade de garantir o fornecimento de matérias-primas, dominar os mercados consumidores e aplicar o capital de maneira segura, aumentando a capacidade de produzir e, conseqüentemente, os lucros. A riqueza provinha, então, da capacidade de produzir mercadorias e não mais do comércio.
Assim, o capitalismo industrial provocou a disputa pelas áreas fornecedoras de matérias-primas, pelos mercados compradores e pelos locais de investimentos seguros, levando as grandes potências dos séculos XIX e XX (Inglaterra, França, Bélgica, Japão, EUA e tardiamente Itália e Alemanha) a competir pela dominação política e econômica do mundo e pela partilha dos territórios asiáticos e africanos[1], de acordo com seus próprios interesses.
O resultado da competição foi o imperialismo expresso pelo domínio econômico de uma nação sobre outra, na tentativa de manter o abastecimento de matérias-primas e os mercados consumidores, o que teve como conseqüências o militarismo, o nacionalismo, o racismo e a hierarquização das nações.
A partir da Segunda Guerra Mundial, com as potências européias enfraquecidas e em crise, surgem os EUA como grandes investidores externos, graças ao acúmulo de capital e a seu crescente poder político-militar. O capitalismo entra em uma nova fase, financeira ou monopolista, com a expansão de grandes empresas[2], o incessante acúmulo de capitais em escala mundial, o monopólio e a internacionalização da produção. Uma das características do modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção; tais relações baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção, livre concorrência e livre iniciativa (economia de mercado); lucro como objetivo; presença de duas classes sociais: burguesia e proletariado.
O capitalismo compreende quatro etapas:
Pré-capitalismo: o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se desenvolvem relações capitalistas.
Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se mais comum.
Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido basicamente nas industrias, que se tornam a atividade econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente.
Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, a industria, à pecuária, e ao comercio. 
Taylorismo
Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado o pai da administração científica.
Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas. Tinha por objetivo resolver os problemas que resultam das relações entre os operários, como conseqüência modifica-se as relações humanas dentro da empresa, o bom operário não discute as ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam fazer.
Organização Racional do Trabalho:
- Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio.
-Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal.
-Divisão do trabalho e especialização do operário
-Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes.
-Incentivos salariais e prêmios por produtividade
-Condições de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade
-Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos
-Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada.
-Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais.
A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico.
Fordismo
Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o fordismo se caracteriza por ser um método de produção caracterizado pela produção em série, sendo um aperfeiçoamento do taylorismo.
Ford introduziu em suas fábricas as chamadas linhas de montagem, nas quais os veículos a serem produzidos eram colocados em esteiras rolantes e cada operário realizava uma etapa da produção, fazendo com que a produção necessitasse de altos investimentos e grandes instalações. O método de produção fordista permitiu que Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década de 1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode".
O fordismo, teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos Dourados. A crise sofrida pelos Estados Unidos na década de 1970 foi considerada uma crise do próprio modelo, que apresentava queda da produtividade e das margens de lucros. A partir da década de 1980, esboçou-se nos países industrializados um novo padrão de desenvolvimento denominado pós-fordismo ou modelo flexível (toyotismo), baseado na tecnologia da informação.
Princípios fordista:
·         Intensificação;
·         Produtividade;
·         Economicidade.
Toyotismo
O toyotismo é um modo de organização da produção capitalista que se desenvolveu a partir da globalização do capitalismo na década de 1980. Surgiu no Japão após a II Guerra Mundial, mas só a partir da crise capitalista da década de 1970 é que foi caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo japonês), adquirindo uma projeção global.
O Japão foi o berço da automação flexível pois apresentava um cenário diferente do dos Estados Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital e matéria-prima escassos, e grande disponibilidade de mão-de-obra não-especializada, impossibilitavam a solução taylorista-fordista de produção em massa. A resposta foi o aumento na produtividade na fabricação de pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos, voltados para o mercado externo, de modo a gerar divisas tanto para a obtenção de matérias-primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e bens de capital necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria industrialização. O sistema pode ser teoricamente caracterizado por quatro aspectos:
mecanização flexível, uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez.
processo de multifuncionalização de sua mão-de-obra, uma vez que por se basear na mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados, a mão-de-obra não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista. Para atingir esse objetivo os japoneses investiram na educação e qualificação de seu povo e o toyotismo, em lugar de avançar na tradicional divisão do trabalho, seguiu também um caminho inverso, incentivando uma atuação voltada para o enriquecimento do trabalho.
implantação de sistemas de controle de qualidade total, onde através da promoção de palestras de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um aprimoramento do modelo norte-americano, onde, ao se trabalhar com pequenos lotes e com matérias-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a qualidade total. Se, no sistema fordista de produção em massa, a qualidade era assegurada através de controles amostrais em apenas pontos do processo produtivo, no toyotismo, o controle de qualidade se desenvolve por meio de todos os trabalhadores em todos os pontos do processo produtivo.
sistema just in time que se caracteriza pela minimização dos estoques necessários à produção de um extenso leque de produtos, com um planejamento de produção dinâmico. Como indicado pelo próprio nome, o objetivo final seria produzir um bem no exato momento em que é demandado.
O Japão desenvolveu um elevado padrão de qualidade que permitiu a sua inserção nos lucrativos mercados dos países centrais e, ao buscar a produtividade com a manutenção da flexibilidade, o toyotismo se complementava naturalmente com a automação flexível.
A partir de meados da década de 1970, as empresas toyotistas assumiriam a supremacia produtiva e econômica, principalmente pela sua sistemática produtiva que consistia em produzir bens pequenos, que consumissem pouca energia e matéria-prima, ao contrário do padrão norte-americano. Com o choque do petróleo e a conseqüente queda no padrão de consumo, os países passaram a demandar uma série de produtos que não tinham capacidade, e, a princípio, nem interesse em produzir, o que favoreceu o cenário para as empresas japonesas toyotistas. A razão para esse fato é que devido à crise, o aumento da produtividade, embora continuasse importante, perdeu espaço para fatores tais como a qualidade e a diversidade de produtos para melhor atendimento dos consumidores.
Modo de produção socialista
           A base econômica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é, os meios de produção são públicos ou coletivos, não existindo empresas privadas. A finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação, saúde. Nela não há separação entre proprietário do capital (patrão) e proprietários da força do trabalho (empregados). Isto não quer dizer que não haja diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função de o trabalho ser manual ou intelectual.
Conclusão
Para produzir os bens de consumo e de serviço de que necessitamos, os homens estabelecem relações uns entre os outros. As relações que se estabelecem entre os homens na produção, na troca e na distribuição dos bens são as relações de produção.
Nos últimos anos temos visto uma revolução tecnológica crescente e que tem trazido novos direcionamentos econômicos, culturais, sociais e educacionais à sociedade. A acelerada transformação nos meios e nos modos de produção, causada pela revolução tecnológica focaliza uma nova era da humanidade onde as relações econômicas entre as pessoas e entre os países e a natureza do trabalho sofrem enormes transformações.
Trabalho Formal
Os trabalhadores que têm registro em carteira e seus direitos trabalhistas garantidos, recolhendo uma taxa para a aposentadoria (contribuição ao INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social), ou as pessoas que, mesmo trabalhando por conta própria (sem que estejam empregadas em empresas ou órgãos do governo), recolhem determinadas taxas, desenvolvem atividades que são chamadas de formais, ou seja, estão de acordo com uma série de leis que se referem ao trabalho e às atividades econômicas.
Consiste em trabalho fornecido por uma empresa, com todos os direitos trabalhistas garantidos. O papel ocupado ou a função que a pessoa desempenha em alguma atividade econômica lhe confere uma remuneração. No caso dos empregados de uma empresa, por exemplo, essa remuneração pode ser chamada de salário ou de vencimentos, sendo esta muito utilizada para se referir aos rendimentos dos que trabalham em órgãos do governo.
Trabalho Informal
O uso da expressão trabalho informal tem suas origens nos estudos realizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no âmbito do Programa Mundial de Emprego de1972. Ela aparece, de forma particular, nos relatórios a respeito das condições de trabalho em Gana e Quênia, na África.O trabalho informal é o tipo de trabalho desvinculado a qualquer empresa, ou seja, é o trabalho indireto onde não há vínculo empregatício por meio de documentação legalizada. Esse tipo de trabalho teve grande crescimento na década de 1990 quando a competitividade fez com que as empresas optassem por mão-de-obra qualificada e também frente à crise econômica, as empresas tiveram que diminuir seu quadro de funcionários e baixar o valor de suas mercadorias.
No decorrer do tempo, o homem foi substituído por máquinas, fazendo com que mais pessoas passassem para a condição de desempregados. Como maneira mais fácil e honesta, as pessoas se tornaram trabalhadoras de rua (camelôs) que apesar de não lhes oferecer garantias e benefícios, como férias, décimo terceiro salário, hora extra remunerada, FGTS, licença maternidade-paternidade, seguro desemprego e outros conseguem as mínimas condições de subsistência.
Mais da metade da população economicamente ativa (PEA) encontra-se no mercado informal de trabalho, consequência dos altos índices de desemprego, da falta de mão de obra qualificada, dentre outros motivos.
Trabalho Autônomo
No Brasil, o trabalhador autônomo é a pessoa física que exerce por conta própria atividade econômica com ou sem fins lucrativos. É o prestador de serviços que não tem vínculo empregatício porque falta o requisito da subordinação. Segundo dispõe a Lei Federal nº 8.212/91, trabalhador autônomo é a pessoa física que exerce por conta própria atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. É incorreta a definição da Lei 8.212 quando menciona que o autônomo é apenas quem exerce atividade de natureza urbana, pois profissões como a de engenheiro agrônomo, ou veterinário, podem exercer suas atividades no âmbito rural.
Em outras palavras, é a pessoa física que presta serviços a outrem por conta própria, por sua conta e risco. Não possui horário, nem recebe salário, mas sim uma remuneração prevista em contrato. Não se exige como requisito do trabalhador autônomo o diploma de curso superior. Tanto é autônomo o advogado, o médico, o engenheiro, o contador, como o vendedor de tecidos, o vendedor de livros religiosos, etc. Muitas empresas, com o objetivo de reduzir custos, contratam serviços de trabalhadores autônomos. Entretanto, essa opção pode não alcançar o objetivo pretendido, pois se os serviços não forem executados com autonomia, ficará caracterizado o vínculo empregatício, gerando custos ainda maiores do que aqueles resultantes da contratação normal de um empregado.
Como o próprio nome define, autônomo é sinônimo de independência; relativa a um certo grau de liberdade, porém com limites.Muitas das ações que tramitam pela Justiça do Trabalho têm como pretensão o reconhecimento da existência de vínculo empregatício, nos mais diversos setores de atividade econômica.Contudo, muitos problemas podem ser resolvidos através da prevenção, utilizando-se, para tanto, da correta interpretação da legislação em vigor, do estudo cuidadoso da doutrina e só alcance das decisões proferidas pelos tribunais trabalhistas.
Dentre as várias espécies de trabalhadores, o autônomo, como o próprio nome já declara, é o que desenvolve sua atividade com mais liberdade e independência. É ele quem escolhe os tomadores de seu serviço, assim como decide como e quando prestará, tendo liberdade, inclusive, para formar seus preços de acordo com as regras do mercado e a legislação vigente. O empregado por sua vez, espécie mais comum de trabalhador, tem sua atividade disciplinada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que, em seu art. 3° o considera como sendo “toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.
Fontes:
http://educacao.uol.com.br/geografia/ult1694u77.jhtm
http://www.assimfaloudenardi.com/2007/05/histria-do-trabalho.html
http://www.coladaweb.com/economia/modos-de-producao
http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/modos-producao-precapitalistas.htm


[1]              (neocolonialismo)
[2]              (corporações multinacionais, hoje chamadas transnacionais)

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